sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

PASSEATA PELOS DIREITOS ANIMAIS EM SÃO PAULO

Data: 06 de dezembro de 2009
Horário: concentração e panfletagem: 10h30 // Início da passeata: 12h00 meio-dia
Local: Avenida Paulista, na praça em frente ao Shopping Paulista (metrô Brigadeiro) SP
Trajeto: até a altura do número 2.000 da Avenida Paulista (metrô Consolação)


Em observação à movimentação em Copenhague, a temática da manifestação em São Paulo nesse ano será a relação da pecuária com o aquecimento global. Segundo a ONU, o setor pecuarista é o principal responsável pelo efeito estufa no mundo, gerando 18% dos gases responsáveis pelo aquecimento global. O setor de transportes representa apenas 15% das emissões. A pecuária ameaça não apenas o meio ambiente, mas também é uma das principais causas de degradação do solo e dos recursos hídricos. 80% do deflorestamento na Amazônia têm como finalidade a atividade agropecuária.

Diante disso, e em observação à Copenhague e ao Dia Internacional dos Direitos Animais (comemorado em 10 de dezembro), a ONG VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade, em parceria com o grupo Holocausto Animal, realizará nesse domingo, 06 de dezembro, ao meio-dia, uma passeata na Avenida Paulista para chamar a atenção da população para a relação da pecuária com o aquecimento global.

O QUE É O DIDA?
Todos os anos, desde 1998, o dia 10 de dezembro é comemorado em todo o mundo como o Dia Internacional dos Direitos Animais (DIDA). Nesse ano, pelo 4º ano consecutivo, a data será comemorada em São Paulo na forma de uma manifestação, organizada pelos grupos Holocausto Animal e VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade no dia 06 de dezembro.

MATERIAIS
Não é necessário trazer o seu próprio material! Todo o material necessário (panfletos, faixas, cartazes) será fornecido pelos organizadores no local. Precisamos de muitos voluntários para distribuir e segurar todo o material que foi confeccionado. Portanto, chegue no horário marcado e, se possível, inscreva-se pelo e-mail veddas@veddas.org.br

Fonte:VEDDAS

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Arnaldo Antunes e outros artistas cantam em show por Copenhague e animais

Um show com artistas e bandas brasileiras como Arnaldo Antunes, Teatro Mágico, Fernanda Porto, Edgard Scandurra, Projeto Pequeno Cidadão, Palavra Cantada, Banda Stevens e Robson Miguel vai acontecer no dia 13 de dezembro (domingo).

A data cai bem na metade do período da conferência do clima da ONU em Copenhague, que ocorrerá entre 7 e 18 de dezembro.

O evento, gratuito, está na agenda da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da prefeitura de São Paulo para Copenhague e ocorrerá no Parque da Independência, junto ao Museu do Ipiranga.

"O show busca chamar a atenção também para os animais, que não têm a devida atenção nesta discussão sobre o clima", diz Silvana Andrade, diretora da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda), que organiza o evento.

Com o nome de "Música e Consciência - Pelos Animais, Pelo Planeta", o show, que também contará com a presença da atriz Gabriela Duarte, pretende disseminar por meio da música "a importância de vivermos em harmonia, respeitando a vida" e "levar uma mensagem de convivência pacífica e ética" com os outros seres, divulga o comunicado da agência.

Todo o evento é construído com colaborações voluntárias - inclusive dos artistas - e seu início é previsto para a partir das 11h, com seis horas de duração.

A conferência de Copenhague busca um novo acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, com medidas contra o aquecimento global e a emissão humana excessiva de gás carbônico.


(Fonte: Folha Online)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Quem deve cuidar do Planeta?

Um teólogo famoso, no seu melhor livro - Introdução ao Cristianismo - ampliou a conhecida metáfora do fim do mundo formulada pelo dinamarquês Sören Kierkegaard, já referida nesta coluna. Ele reconta assim a história: num circo ambulante, um pouco fora da vila, instalou-se grave incêndio. O diretor chamou o palhaço que estava pronto para entrar em cena que fosse até à vila para pedir socorro. Foi incontinenti.

Gritava pela praça central e pelas ruas, conclamando o povo para que viesse ajudar a apagar o incêndio.

Todos achavam graça pois pensavam que era um truque de propaganda para atrair o público. Quanto mais gritava, mais riam todos. O palhaço pôs-se a chorar e então todos riam mais ainda. Ocorre que o fogo se espalhou pelo campo, atingiu a vila e ela e o circo queimaram totalmente. Esse teólogo era Joseph Ratzinger.

Ele hoje é Papa e não produz mais teologia mas doutrinas oficiais. Sua metáfora, no entanto, se aplica bem à atual situação da humanidade que tem os olhos voltados para o país de Kierkegaard e sua capital Copenhague. Os 192 representantes dos povos devem decidir as formas de controlar o fogo ameaçador. Mas a consciência do risco não está à altura da ameaça do incêndio generalizado. O calor crescente se faz sentir e a grande maioria continua indiferente, como nos tempos de Noé que é o “palhaço” bíblico alertando para o dilúvio iminente. Todos se divertiam, comiam e bebiam, como se nada pudesse acontecer. E então veio a catástrofe.

Mas há uma diferença entre Noé e nós. Ele construiu uma arca que salvou a muitos. Nós não estamos dispostos a construir arca nenhuma que salve a nós e a natureza. Isso só é possível se diminuirmos consideravelmente as substâncias que alimentam o aquecimento. Se este ultrapassar dois a três graus Celsius poderá devastar toda a natureza e, eventualmente, eliminar milhões de pessoas. O consenso é difícil e as metas de emissão, insuficientes. Preferimos nos enganar cobrindo o corpo da Mãe Terra com band-aids na ilusão de que estamos tratando de suas feridas.

Há um agravante: não há uma governança global para atuar de forma global. Predominam os Estados-Nações com seus projetos particulares sem pensarem no todo. Absurdamente dividimos esse todo de forma arbitrária, por continentes, regiões, culturas e etnias. Sabemos hoje que estas diferenciações não possuem base nenhuma. A pesquisa científica deixou claro que todos temos uma origem comum, pois que todos viemos da África.

Consequentemente, todos somos coproprietários da única Casa Comum e somos corresponsáveis pela sua saúde. A Terra pertence a todos. Nós a pedimos emprestado das gerações futuras e nos foi entregue em confiança para que cuidássemos dela.

Se olharmos o que estamos fazendo, devemos reconhecer que a estamos traindo. Amamos mais o lucro que a vida, estamos mais empenhados em salvar o sistema econômico-financeiro que a humanidade e a Terra.

Aos humanos como um todo se aplicam as palavras de Einstein: “somente há dois infinitos: o universo e a estupidez; e não estou seguro do primeiro”. Sim, vivemos numa cultura da estupidez e da insensatez. Não é estúpido e insano que 500 milhões sejam responsáveis por 50% de todas as emissões de gases de efeito estufa e que 3,4 bilhões respondam apenas por 7% e sendo as principais vitimas inocentes? É importante dizer que o aquecimento mais que uma crise configura uma irreversibilidade. A Terra já se aqueceu. Apenas nos resta diminuir seus níveis, adaptarmo-nos à nova situação e mitigar seus efeitos perversos para que não sejam catastróficos.

[Autor de Opção-Terra. A solução para a Terra não cai do céu, Record 2009].

* Teólogo, filósofo e escritor